sábado, 15 de maio de 2010

a fantástica teresinha lucas

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Cearense lutadora, de personalidade forte, Dona Teresinha Lucas é o “pé de boi”do HRAN. “Eu trabalho com afinco. Eu faço mesmo”, afirma, com os olhos brilhando. Apesar de comandar uma equipe, ela não se furta a colocar a mão na massa: cava os jardins, pinta o piso, conserta torneiras. E isso aos 70 anos de idade. Aposentada, continua dando expediente todos os dias, até sábados e domingos.

Para fazer o Setor de Manutenção Ambiental andar, ela vai atrás de parcerias com empresas, embaixadas, entidades públicas. Consegue patrocínios e doações. “Eu perturbo muito”, diz. “Muitas vezes compro com meu próprio dinheiro. Num hospital, a gente não pode deixar as coisas faltarem.”

Foi assim que Dona Teresinha conseguiu mesas, cadeiras, computadores, geladeiras, ar condicionado, cantinhos especiais para as crianças internadas e até a duplicação do estacionamento. Recentemente obteve doações para pintar as paredes internas de boa parte do hospital. “Ficou tudo branquinho! Minha casa é limpa, então esse hospital tem que ser limpo também”, diz ela, enérgica, enquanto percorre os corredores a passo acelerado e é cumprimentada por cada funcionário com um sorriso.

“A gente luta contra muitas dificuldades. Todo canto aqui precisa de apoio”, explica. Até a água mineral que se bebe hoje no hospital foi Dona Teresinha que conseguiu, com doações de supermercados. Isso porque, com a gripe suína, todos os bebedores foram retirados.

Um dos orgulhos de Teresinha são os jardins, que ela construiu em todos os cantos onde havia um pedaço de terra. Um deles, o jardim central do prédio das enfermarias (na foto acima), tornou-se um oásis para os pacientes internados. “Corri atrás de doações de mudas e equipamentos, fiz mutirões, coloquei todo mundo para trabalhar. Até os médicos participaram”, conta ela.

Incomodada com os pacientes do setor de queimaduras, que passavam o dia na fila sem comer nada, Dona Teresinha pediu patrocínios a supermercados e passou a oferecer um lanche a todos. Iniciativa dela, não do hospital: “Não é só o governo que tem que fazer as coisas; a gente também tem que fazer a nossa parte.”


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Para saber um pouquinho mais sobre essa mulher inquieta e cheia de histórias para contar (entre mil outras coisas, foi instrumentadora cirúrgica na operação que tentou salvar a vida de Tancredo Neves), leia a seção Brasília do Bem na revista do Sindjus. A foto acima de Arthur Monteiro.
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