Sobre o meu corpo se deitou a noite
(como se eu fosse um lugar de paina).
Quando muito um lugar de espinhos.
Não tenho os predicados de uma lata.
Nem sou uma pessoa sem ninguém dentro – feito um osso de gado
Ou um pé de sapato jogado no beco.
Não consegui ainda a solidão de um caixote – tipo aquele engradado de madeira que o poeta Francis Ponge fez dele um objeto de poesia.
em Retrato do Artista Quando Coisa, Ed. Record, 1998
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