quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

a covardia do comandante

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Este vídeo aqui, postado no blog do Noblat, mostra bem o tamanho da covardia. Veja se tiver estômago. Não mostra a pancadaria não, mas mostra como o tal comandante da PM vai pra cima do estudante junto com um enxame de policiais de preto. Depois soltam bombas em quem tenta documentar ou ajudar. Como se a situação fosse perigosíssima. Gente, dá vontade de vomitar.

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Abaixo, comentário do jornalista Carlos Tavares sobre a violência policial:
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O passado que volta a nos chamar para nos dizer com sua voz de eco pesado que não estamos tão distantes daqueles dias sombrios de repressão, porradas e silêncio, quando ninguém podia dizer nada ou ser nada contra o sistema. Esse mesmo sistema é o que usa como diálogo a porrada, a brutalidade, a truculência, a ignorância, a intolerância, a repressão, a conivência com o estatuído porque todos, salvo nós cidadãos e cidadãs, fazem parte desse terrível e temível leviatã que usa insígnias e cacetetes, balas de borracha e uma imensa dosagem de covardia para dispersar uma multidão de jovens revoltados com a roubalheira da capital.
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Sim, porque sempre achei que a polícia (qualquer que seja ela) carrega as marcas da covardia em tudo o que faz quando não faz para defender a sociedade de pessoas como Arruda, PO, Roriz e a malta toda de monstros usurpadores dos bens públicos. Pois imagine se alguém vai ter coragem de enfrentar um policial montado em um cavalo, o cara armado de revólver, cacetete, espingarda e algemas. Mas tenho minhas dúvidas se esses corajosos policiais enfrentariam as pessoas desarmados, tenho sérias dúvidas, sempre tive.
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Quando vejo essas coisas, quando escuto alguém falar (ou ouço meus próprios pensamentos sobre a ditadura) com revolta que estamos ainda no tempo dos generais, uma frase sempre me vem à cabeça: "É preciso mudar as coisas para que elas permaneçam iguais". Está lá na matéria da cultura que não saiu, pronunciada com o timbre da mais alta e nobre ironia pelo príncipe Don Fabrizio Salina em sua luta para manter os valores de seu império rural em meio a reações populares que logo logo levariam à decadência da aristocracia siciliana num a Itália pré guerra.
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Essa frase veste bem a fara populista dos arrudas, sarneys, rorizes e companhia, os flibusteiros do cerrado (o flibusteiro era o pirata americano dos séculos 17 e 18 que saqueava um lugar e nele permanecia, ao contrário do pirata que se caracteriza mais pela gatunagem oceânica, assaltos a embarcações, terras e comunidades indefesas, mas depois iam embora).
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Na verdade, sempre achei que a bondade humana não é apenas uma questão de herança atávica, um patrimônio genético ou educacional, um resultado da boa formação humanista. É muito mais do que isso. Depende de leitura, de sensibilidade estética, do aprimoramento dos valores mais simples e mais graves que o mundo perdeu e perde cada vez mais. O que esperar de um político como Benício Tavares? De um Junior Brunelli, cujo pai ficou conhecido aqui, entre outras coisas, porque vendia terrenos no paraíso? O que esperar de um Paulo Octávio? De um Roriz, o flibusteiro-mor?
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Esses caras representam o máximo do máximo da ignorância e da feiúra humana. E esse policiais que bateram nso estudantes e nas crianças são o máximo do máximo da covardia, da pobreza de espírito, na verdade são herdeiros das sombras e da ditadura e nunca vão mudar, infelizmente, com um comandante daqueles, que aparece na televisão falando com orgulho de seus meninos a cavalo brincando de Jedis, da série Star Wars, que representam cavaleiros de uma Ordem Luminosa que lutam com contra o Mal, mas que, na realidade cinzenta e triste da capital, representam a Ordem do Mal.
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Carlos Tavares
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2 comentários:

  1. Isto é no Coliseu de Roma?
    Leões vestidos de polícia?
    É o LULA DA SIVA o operário?
    Operacional da violência gratuita!

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