No domingo eu estava passando pela entrada da quadra quando vi este aviso na birosquinha do sapateiro Jair. Está internado em estado grave... Estamos torcendo por ele. Jair é uma figura fantástica. Fiz duas postagens com ele aqui no blog (a mais recente aqui) e o repórter especial do Correio Marcelo Abreu fez uma reportagem linda, vejam abaixo.
.
.
O sapateiro filósofo
Marcelo Abreu
Na entrada de uma quadra residencial da Asa Norte, à sombra de uma mangueira, um homem miudinho conserta sapatos como se remendasse a vida. Entre um solado e outro, um dedo de cola, uma recauchutagem no tênis surrado, um cerzido novo na velha mochila, ele costura histórias e escreve frases nas “paredes” da sua banquinha. “Escrevo o que me vem à mente, o que me toca e acho que toca as pessoas também”, explica. Em letra de forma, num português que até pode contrariar a norma culta, arrepiar e remexer o pobre Camões no túmulo e torcer narizes de intelectuais rabugentos, ele rascunha: “A partir do momento em que as pessoas se conscientizarem que todos somos iguais, a paz reinará”. Com ou sem português casto, a mensagem foi entendida. Isso é o que de fato importa.
.
As pessoas param. Admiram o trabalho daquele homem. Fotografam suas frases. Perguntam-lhe por que ele faz aquilo. Querem saber da sua história. Incentivam-no. O sapateiro Jair Lima da Silva, de 39 anos, mudou a cara da 415 Norte. Transformou-se, sem saber, em paisagem. Impossível não vê-lo. “Quem chegou aqui primeiro foi meu pai, em 1983, e plantou esta mangueira. Nem todos os blocos estavam construídos. Não tinha nem o ponto de táxi” lembra o filho do sapateiro, que igualmente sapateiro se tornou.
.
Leia a reportagem completa aqui.
.
Mais uma história mto bacana!
ResponderExcluirMe lembrou a Kombi da costureira que tbm vi aqui. A beleza de Brasília ganha + humanidade com essas histórias.
E a atenção dos "amigos das quadras" em avisar os clientes? D+!!!
Larissa-SP