sábado, 21 de fevereiro de 2009

ramos que esplendem

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Esperamos a morte sem defesa.
Lúcida espera, enquanto na diuturna
cintilação, te esvais, cristal, estende-
se em silêncio e veludo, e se propaga
o musgo pelos muros da tristeza.
Curvam-se sobre nós astros e ramos
que esplendem. Soluçamos no que esplende:
o fruto, a rosa, a brisa que te apaga,
as árvores da música. Esperamos.
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(Ferreira Gullar)
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3 comentários:

  1. Bom dia, chuchu !

    Você me emociona aparecendo assim, em pleno feriado - e em já declarada condição "Off-Momo".

    Usha, adoro essa sua série de auto-retratos ! Principalmente pela maneira como você consegue que difiram, por detalhes sempre surpreendentes, tomadas, às vezes, muito parecidas entre si.

    E o poema do Ferreira é de uma melancolia prenhe de beleza. Ou , talvez, de uma beleza prenhe de melancolia?
    Melhor, acho, não racionalizar.

    Beijo !

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  2. Usha, vou corroborar seu aparte citando Manoel de Barros - poeta que ambas admiramos e a quem já tive a oportunidade de entrevistar :

    Para entender nós temos dois caminhos:
    [o da sensibilidade que é o entendimento
    do corpo;
    e o da inteligência que é o entendimento
    do espírito .
    Eu escrevo com o corpo .
    Poesia não é para compreender,
    [mas para incorporar .
    Entender é parede; procure ser árvore.

    .........


    Por aqui, deixando os braços de Momo ... snif

    Beijos,

    Adriana

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